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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Mandamentos do óleo

Na hora da troca, sempre surgem dúvidas quanto às especificações do lubrificante,tempo ou quilometragem, filtro etc. Saiba como proceder para evitar danos no motor.

Há alguns anos, o fenômeno da borra (o óleo vira uma espécie de pasta) se espalhou pelo país, danificando motores de veículos de passeio de várias marcas. Depois de muita polêmica, veio o diagnóstico: uso de lubrificante fora das especificações; troca (do óleo e do filtro) fora do tempo ou da quilometragem correta; e, por último, abastecimento com combustível fora das especificações. Para evitar problemas, o motorista deve seguir algumas dicas, que foram passadas por Remo Lucioli, especialista em lubrificação automotiva, da empresa Inforlub.

A troca de óleo deve seguir rigorosamente o manual do fabricante do veículo?

Sim. Mas o motorista deve tomar cuidado com manuais mais antigos, que previam trocas a cada 20 mil quilômetros. Essa quilometragem foi especificada inicialmente por fabricantes na Europa, que, porém, tiveram o cuidado de especificar claramente o óleo a ser usado e o tempo máximo que esse lubrificante deveria ser trocado. No Brasil, não foram feitas essas restrições e tivemos muitos problemas (o principal deles, o fenômeno da borra). O motorista deve consultar o concessionário da marca ou pontos de trocas, que têm informações mais atualizadas.

Deve ser feita por tempo ou quilometragem?

Depende. Pode ser por um ou por outro. O óleo tem aditivos que permanecem inertes enquanto o lubrificante não é colocado no motor. Depois de colocado no propulsor, esses aditivos (que são reagentes químicos) entram em ação, atuando mesmo quando o motor não está funcionando. Mas o desempenho do óleo também depende do tipo de uso do veículo. Portanto, o motorista que roda pouco, e em condições severas deve trocar por tempo (no máximo, a cada seis meses). Já aquele que roda a maior parte do tempo em rodovias, a troca pode ser feita por quilometragem (no máximo, a cada 5 mil quilômetros).

O que são condições severas?

Muitos motoristas acreditam que a rotina de ir e voltar para o trabalho, que fica perto de casa, é um tipo de uso leve do veículo. Engano. Esse é o típico regime severo, no qual o veículo roda por vias urbanas, em trânsito congestionado, em velocidade média abaixo de 60km/h e em percursos com menos de 15 minutos. Regime leve seria rodar a maior parte do tempo no trânsito livre e fluente, com velocidade média acima dos 60km/h e em percursos com mais de 15 minutos.

É preciso substituir o filtro de óleo a cada troca do lubrificante?

Sim. Um filtro de óleo do motor Ford 1.0, por exemplo, processa mais de 20 litros de óleo por minuto. A cada 5 mil quilômetros, a uma velocidade média de 30 km/l, o filtro terá processado mais de 200 mil litros de óleo. O material filtrante, no interior do filtro, é papel, semelhante ao coador de café. Então, como se encontra esse filtro?

Existe motor que exige óleo sintético? Pode-se escolher entre o óleo mineral, geralmente mais barato, e o sintético? Os dois podem ser misturados?

Deve-se sempre consultar o manual do fabricante do veículo para saber a opção do mineral, desde que atendidas as especificações técnicas, previstas no mesmo livreto. Mas existem alguns veículos, como os BMW, que exigem somente óleo sintético. Mas o proprietário do veículo deve, pelo menos uma vez ao ano, consultar o concessionário da marca para saber se não houve mudança nas especificações do manual. Não misture os dois tipos, pois isso vai baixar a resistência térmica do volume resultante, o que pode danificar seriamente o motor.

E quanto às marcas? Podem ser misturadas?

Pode-se completar o nível com óleo de outra marca, desde que o lubrificante tenha a mesma especificação. Essa miscibilidade é prevista na legislação brasileira. Algumas empresas tentam vender a idéia de que isso não é possível para tentar manter o cliente fiel à marca.

Pela manhã, o motorista pode sair normalmente com o carro ou deve esperar o motor esquentar um pouco, por causa do óleo lubrificante?

Teoricamente, por motivos técnicos, o motor moderno não exige que o motorista espere o aquecimento do óleo e das peças, para sair com o veículo pela manhã. Mas o melhor é aguardar uns 30 segundos para sair e não elevar as rotações do motor até que o ponteiro de temperatura do líquido de arrefecimento do motor atinja o ponto ideal.

O que fazer quando a luz do óleo se acende no painel?

Pare o veículo imediatamente, desligue o motor e procure atendimento mecânico.

Qual consumo de óleo pode ser considerado normal, ou seja, que não seja um sinal de problemas?

Nos motores dos veículos da década de 1980, de até 1 litro a cada 1 mil quilômetros. Nos dos carros dos anos 2000, no máximo de 300 ml a cada 1 mil quilômetros.

1 comentário

Anônimo disse...
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